Ana Paula, que trabalha como escriturária em um hospital de Maringá, se deparou com a carta no fim da tarde, quando retornou para casa. Em entrevista, a jovem disse estar indignada com a situação.
“Quando abri a carta não acreditei no que eu estava lendo. Achei que era zoação, pensei: ‘não é possível que uma pessoa tenha tido o trabalho de escrever isso e colocar debaixo da minha porta’. Meu sentimento foi de indignação, nojo, me deu embrulho no estômago, eu só chorava. […] Uma raiva por não saber de quem veio, por não conhecer ninguém ali ainda, e a pessoa ter feito isso comigo, sem ao menos me conhecer. Me julgando pelo que eu visto, e não pelo que sou. Foi humilhada, assediada, me senti invadida e, além do mais, me senti perseguida e vigiada, porque como a pessoa sabia em qual apartamento eu morava, sendo que eu tinha acabado de mudar?”, relatou.
Com medo, além de mostrar a carta para o síndico do condomínio, Ana Paula procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência nesta terça-feira (11), pelo crime de injúria.
“Meu medo maior é ser agredida ou algo pior, como um abuso, porque uma pessoa que escreveu uma carta dessa não tem respeito nenhum com as mulheres. Estou tomando as providências, de acordo com a Justiça. Já fui na delegacia e abri boletim de ocorrência. […] Uma hora a verdade vai aparecer. Mulher merece respeito, independente do que ela veste, e em qualquer lugar”, frisa.
O autor da carta ainda não havia aparecido até o fechamento desta reportagem. Ana Paula ressaltou que não pretende se mudar de apartamento. “Já me alojei aqui, já arrumei tudo e não pretendo me mudar. Já estou vendo de instalar câmeras de segurança na porta do meu apartamento e vou ficar aqui. Isso não vai me fazer mudar: nem de casa, nem quem eu sou”, finaliza.
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