A Justiça determinou que o município de São Tomé (a 96 quilômetros de Maringá) não renove o contrato de prestação de serviços com duas médicas da cidade, que seriam tias do atual prefeito. A decisão é da 1ª Vara da Fazenda Pública de Cianorte e foi publicada no dia 9 de junho. A determinação é em caráter liminar e o município tem 30 dias para recorrer.
Uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que sustenta que a contratação se enquadra como prática de nepotismo. As duas profissionais teriam sido contratadas por meio de serviços terceirizados, através de uma clínica particular.
A Prefeitura de São Tomé teria contratado as duas a partir de uma licitação que, segundo o MP, possui algumas irregularidades. Entre os problemas identificados, o órgão destaca o curto período disponibilizado para o credenciamento de possíveis interessados na concorrência. Além disso, constatou-se que o município já mantém contratos administrativos com empresas prestadoras de serviços médicos para a realização de plantões e atividades complementares junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo o que o Ministério Público informou, o contrato com as duas profissionais, firmado em 2021, se encerra em setembro deste ano. Na ação ajuizada, o MP pede que, após o fim do atual contrato, que a cidade supra a necessidade de serviços médicos por nomeação de aprovados em concurso público.
A reportagem da CBN entrou em contato com a Procuradoria Jurídica da Prefeitura de São Tomé, que informou que o município nunca manteve contrato com médicas com parentesco do prefeito e que o contrato atual firmado com a prestadora de serviços de saúde citada na ação não tem nenhuma ligação com o atual prefeito da cidade. A Procuradoria informa ainda que não há nenhuma irregularidade com a contratação da empresa e que todos os fatos serão demonstrados oportunamente no processo.