Há uma idolatria por lideranças de grande prestígio. O sonho de grande parte de quem busca sucesso na vida profissional é chegar a liderança. Ter o poder, o mando. Se considera que ao atingir esta condição se terá prestígio. Os que estão subordinados lançaram um olhar de admiração.
A liderança é uma construção das relações diárias. Ela é sentida e respeita pela capacidade de fazer diferença e nossas vidas. É alimentada pela constante realização nossa em convivência com o líder. Ele, o comando, é resultado mais que imposição. E se a imposição é condição determinante de sua sobrevivência, esta, com certeza, ser curta.
Os admirados senhores do poder não são os principais responsáveis pela superação de nossos limites. A condição de sucesso está mais nas mãos dos líderes imediatos. Aqueles que são feitos na ação necessária para se resolver e se buscar atingir um objetivo. O nosso envolvimento com as pessoas ao nosso lado é o local onde a liderança desperta.
A condição de liderança é pouco trabalhada na perspectiva dos líderes diários, das nossas relações mais comuns. Quase não se entende como a construção de um convívio onde estabelecemos nossos interesses pessoais perpassa por uma liderança eficaz.
Um bom exemplo é a formação que tivemos no ambiente doméstico. Perceba como há neste lugar lideranças inspiradoras para o bem ou o mal. Onde os exemplos praticados no dia a dia podem consolidar uma perspectiva, uma intenção, um valor, uma crença, para uma vida inteira. Estes são líderes que marcam nossa vida e de forma decisiva contribuiu para o nosso destino.
Por isso, liderança é algo sério. Deve ser levada a sério. Não pode ser apenas respeitada por imposição. Deve ser uma construção que se paute na convivência, no respeito criado pela eficiência e na colaboração. Que nós aprendamos a valorizar o líder que está a nossa volta em nós mesmos. Não porque tem a autoridade delegada, mas porque conquista o respeito pela convivência e construção conjunta de soluções que atendem a maioria e se possível todos.