Mãe de criança com autismo denuncia professora de Cmei por maus-tratos
Arquivo PMM. Ilustrativa.

Maringá

Mãe de criança com autismo denuncia professora de Cmei por maus-tratos

Cidade por Jota Júnior/GMC Online em 15/05/2025 - 14:28

A mãe de uma criança de 5 anos diagnosticada com espectro autista na condição não verbal, registrou uma denúncia de maus-tratos contra a professora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) onde a criança estuda, em Maringá, após colocar uma escuta escondida na bolsa da filha e registrar tratamento hostil contra a criança. O caso será investigado pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria) da Polícia Civil de Maringá.

Conforme a denúncia, em fevereiro deste ano, a mulher percebeu que filha chegou da aula com hematomas no corpo. Na época, uma reunião foi feita com a direção da instituição de ensino e o caso registrado em ata. Tempos depois a mãe notou que a menina estava resistente em ir para a escola. Profissionais que acompanham a criança no tratamento, por conta da condição especial do autismo, também relataram a mudança de comportamento dela.

Segundo a denúnica, a decisão de colocar uma escuta escondida na bolsa da filha foi tomada após a mulher chegar à escola para buscá-la e a encontrar assistindo desenho no celular da professora, isolada do restante da turma que estava em uma atividade de apoio. A mãe relata que a entrada dela na sala de aula foi autorizada pelo secretário da escola. Depois disso, o portão passou a ser mantido trancado.

Conforme a mãe, os áudios captados revelam a professora gritando com os alunos. A mãe da menina ainda registrou que as gravações revelam que a filha era alvo de bullying, ofendida e até trancada em algum ambiente, como forma de punição. Um inquérito foi aberto e polícia deve começar a tomar depoimentos nos próximos dias.

A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Educação, se manifestou por meio de nota e informou que “realizou todos os protocolos de proteção à criança, com os encaminhamentos necessários. O município reforça que abriu uma sindicância para apurar o caso e a servidora será afastada das funções temporariamente. A administração reforça que preza pelo bem-estar e proteção de todos os alunos da rede municipal de ensino e não tolera violência”.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar) informou que a situação precisa ser apurada com cautela e que faltam evidências contra a professora. Leia na íntegra:

“O Sismmar acompanha com atenção e preocupação o caso envolvendo a acusação contra uma professora da rede municipal. Até o momento, não há qualquer evidência concreta de que a servidora tenha proferido as falas que lhe são atribuídas.

O sindicato foi informado sobre uma suposta gravação, feita de forma ilegal, apresentada pela família da aluna. O Sismmar solicitará oficialmente o acesso ao material e pedirá perícia técnica para verificar a autenticidade da gravação e se a voz é, de fato, da professora. Ressaltamos que, além da possível ilegalidade da escuta, áudios podem ser facilmente manipulados e não constituem, por si só, em uma prova material.

Em reunião com o sindicato, a professora, que tem longa trajetória na rede e conduta ilibada, negou categoricamente as acusações e afirmou estar sendo vítima de uma grave injustiça, ainda sem saber a motivação por trás disso.

O Sismmar pede cautela à Prefeitura de Maringá e reforça que não se pode tomar qualquer medida extrema, como o afastamento da servidora, sem elementos concretos. O setor jurídico do sindicato já acompanha o caso e tomará todas as providências cabíveis para garantir que a verdade prevaleça e que a servidora não seja penalizada injustamente”.

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