2020 é o último ano da gestão Ulisses Maia. À frente da Prefeitura de Maringá, ele deixou algumas marcas para o município. A CBN levantou projetos apresentados pelo Executivo e selecionou alguns deles para registrar o atual governo. Três áreas chamam atenção: funcionalismo público, cultura e comunicação.
Vamos aos pontos.
No caso do servidores, logo no início da gestão Ulisses Maia criou o vale-alimentação. Prometido como R$ 250 mensais, na prática o servidor recebeu R$ 200 -- R$ 50 (20%) eram descontados do trabalhador, uma obrigatoriedade justificada a partir de um programa federal. Nos cálculos do município, a implementação do benefício custou R$ 25 milhões nos primeiros 12 meses - dinheiro que voltou para a economia local.
Em 2018 e 2019 o benefício aumentou. Atualmente, o servidor que cumpre uma série de requisitos recebe R$ 337,50. A contrapartida diminuiu de 20% do valor para 18,65%. Ou seja, o trabalhador recebe o R$ 275,07 e arca com R$ 62,44 por mês.
Maia também cumpriu a promessa de que armaria a guarda municipal. 60 agentes já foram capacitados. A previsão é que mais um grupo seja preparado. Eles devem utilizar o item a partir de janeiro do ano que vem. A gestão também criou um estatuto e hierarquia dentro da guarda - valorizando a carreira desse profissional.
Ainda em relação aos servidores, Maia tem realizado todos os meses um café da tarde para quem se aposenta. A gestão dele também foi a que negociou e aprovou o pagamento da trimestralidade - algo que se arrastava desde os anos 1990.
Em comparação aos governos anteriores, a relação entre Prefeitura e sindicato tem sido uma das melhores. A questão, agora, é saber como será em 2020, já que a diretoria do Sismmar mudou, e deve ser mais incisiva que a anterior.
Na área cultural, Maia autorizou que o então secretário de Cultura Rael Toffoli criasse projetos como “Cinema a céu aberto”, “Convite à Literatura” e Territórios Culturais”, iniciativas que o atual secretário, Miguel Fernando Perez, deu seguimento. O município também criou o City Tour, ampliou a Festa Literária Internacional de Maringá, e tem realizado encontros com produtores das diversas formas de arte.
A Cultura, aliás, teve o maior orçamento da história neste ano: R$ 16 milhões.O dinheiro tem sido utilizado para financiar projetos independentes e também custear a vinda de artistas reconhecidos nacionalmente.
Envolvendo cultura e desenvolvimento econômico, a gestão tem apostado na “Maringá Encantada”, o evento natalino na cidade. Essa ação tem contado do com roda-gigante, eventos nos distritos e shows musicais. Neste ano, teve Renato Teixeira e Sérgio Reis. Apesar de críticas da sociedade civil organizada, como o Observatório Social de Maringá, um estudo do Conselho de Desenvolvimento Econômico mostrou que o município gerou renda devido à ação.
Outra característica da gestão é a comunicação. Desde 2017 o município realiza as ações “Prefeitura nos Bairros” e “Gabinete de Portas Abertas”. A frequência não é exata - mas basicamente permite ao maringaense falar diretamente com o prefeito, seja em um bairro, seja no paço municipal.
Além disso, Ulisses Maia é ativo nas redes sociais - já tendo feito encontro com jovens do Twitter, até comendo um cachorrão com eles.
Páginas de humor da cidade criam figuras e piadas com Maia - os chamados memes - que ele compartilha.
Também não é raro encontrar o prefeito nas feiras livres e em alguns botecos de Maringá.
Para os jornalistas, a situação também mudou. Maia e equipe costumeiramente atendem a imprensa sem exigir formalidades de outras gestões. De tempos em tempos, a administração realiza um café da manhã com jornalistas. A pauta é livre.
A administração Maia também se tornou combativa. Em situações de crise, não recuou. Uma delas envolveu a empresa de Transporte Coletivo Cidade Canção. Por decisão do prefeito e enfrentamento, a TCCC colocou câmeras e internet nos ônibus. Os reajustes de passagem, embora tenham acontecido, não foram como a empresa gostaria. A Justiça foi acionada.
Apesar de dizer que já ainda falta um ano para terminar o mandato e que há muito a ser feito, Ulisses Maia afirma que tem contrariado interesses de grupos econômicos.