A violência contra a mulher cresce. Esta é uma afirmação que ainda não é possível se ter de forma precisa. Se levarmos em consideração o número de denúncias, podemos afirmar que sim. A média é de 30%, no país, em 2018 em comparação com 2017. Os dados são do Centro de Atendimento à Mulher.
Levantamento feito pelo Correio Brasiliense aponta que em dezembro do ano passado, 391 mulheres foram agredidas por dia, em 2018. Um aumento de 78% em relação ao ano passado. Mês à típico ou violência concentrada?
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2016, 6.393 mulheres que são assassinadas, quando se caracteriza feminicídio, já tinham sofrido agressões anteriores e denunciaram os seus parceiros.
Em Maringá, dados da Delegacia da Mulher, 2.414 boletins de ocorrência foram registrados em 2018. Quantia 10% maior do que 2017. Ironicamente, 37% apenas se transformam em inquérito. Ou seja, a grande maioria dos agressores, apesar de denunciados, saem impunes.
É preciso denunciar. Não se pode calar diante da violência praticada. Não há hábito que justifique, costumes, tradição, ou o discurso moral e tosco da defesa de uma família liderada pela figura masculina que autoriza a agressão.
Se grande parte das mulheres são agredidas dentro do ambiente doméstico, por seus parceiros, muitas vezes diante dos filhos, é no ambiente doméstico que se prolifera a violência. Se autoriza a desigualdade permissiva. A violência contra a mulher começa na criação dos filhos.
Se muitas sofrem a violência caladas, se denunciam não transformam em inquérito, é porque foram educadas e são coagidas a permanecerem caladas diante do agressor. Há uma escola da violência contra a mulher que está nos ambientes onde deveria estar a proteção.
Muitos escondem a violência por de trás do discurso conservador. Dizem querer preservar, mas no fundo legitimam a agressão. Falam da tradição, a qual não se sustenta na prática, mas permite o controle, o mando, a ofensa e a violência física. Há os que vão ao extremo e matam.
Se realmente queremos acabar com a violência contra a mulher, temos que começar com a educação dentro de casa. Eduque seus filhos ao respeito, a preservação, a igualdade, a liberdade dos seus atos, como iguais. Nossos filhos devem ser educados para buscarem se realizar na vida e não cumprirem um papel determinado.
Se a violência está dentro de casa, a solução também.