Ao vivo
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Em 2019 se completam os 50 anos do histórico show no telhado de um prédio, em Londres, na Inglaterra. Foi a última vez que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star se apresentaram como os Beatles ao vivo. Registros do “Rooftop Concert” estão disponíveis em todas as plataformas.
Cinco décadas depois da última exibição da banda, o som do quarteto de Liverpool ecoa mundo afora, chegando até Umuarama, Norte do Paraná, a 10 mil quilômetros da capital inglesa. É nesse município com cerca de 100 mil habitantes que vive João Brunini, um estudante de 12 anos.
Neste 2019, 50 anos após os ingleses nunca mais tocarem juntos, João Brunini está mais beatlemaníaco do que nunca: enviando todo o amor dele aos quatro jovens que mudaram o mundo da música.
Não faz muito tempo – dois anos, talvez. O Brunini tinha 10 anos quando ouviu uma canção em um filme e gostou. Pouco tempo depois, a música apareceu novamente para ele. Aí não teve jeito, o negócio foi descobrir de quem eram aquelas guitarras e batidas, conta.
O pai e a mãe dele até poderiam contar histórias sobre como era ver os Beatles na TV. Poderiam, não fosse o fato de terem nascido nos anos 1970, e só o pai gosta da banda, e nem é beatlemaníaco. Isso não foi problema para o garoto de Umuarama.
João não precisou correr para campos de morango, nem mesmo solicitou ajuda – de uma pessoa, qualquer pessoa. A internet foi o caminho. Assim, ele ouviu a discografia dos Beatles: desde o início, aquela coisa meio ieieie, até o experimental e hoje revolucionário Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, de 1968. Esse, inclusive, é o álbum favorito dele – e tem a música preferida também.
Brunini ainda não toca instrumento nenhum – e nem tem 18 anos e carteira de motorista para poder dizer à garota dele que ela não pode dirigir o seu carro.
Os planos por enquanto são mais simples: ele quer começar a estudar piano e em breve tocar Let It Be, Help – inclusive para se apresentar a vizinha da avó dele, essa sim beatlemaniaca que viveu os anos 1960.
Enquanto isso, João, que prefere Paul ao John, deixa o cabelo crescer, compra livros sobre o quarteto. Se pudesse, ele ouviria a banda oito dias por semana, e faria da vida dele um 13 de julho eterno: todo dia sendo o dia do rock.
Mais especificamente dos Beatles, claro.
