A discussão sobre a utilização e a necessidade da redução do agrotóxico gerou embates durante uma audiência pública em Maringá, na tarde desta segunda-feira (22). Organizada por entidades como o Ministério Público do Trabalho, o evento reuniu produtores rurais, associações de classe e movimentos sociais. Foi em um auditório de uma universidade privada.
A apresentação dos dados ficou por conta de promotores de justiça. Em alguns momentos, eles foram interrompidos – principalmente por produtores rurais contrários à forma como a apresentação dos dados foi feita.
Segundo dados apresentados pelo Ministério Público do Trabalho, de 2012 a 2017 foram consumidas 29 milhões de toneladas de agrotóxicos em Maringá e região. 40 tipos desse material foram encontrados nos alimentos aqui na cidade. Pesquisas apontam que a utilização de agrotóxicos aumenta o risco do desenvolvimento de doenças como câncer
É por isso que países europeus não utilizam o agrotóxico como o Brasil, disse o procurador de justiça no Paraná e um dos defensores da redução do consumo, Sincler Santos.
Ao longo da audiência pública, foram abordadas formas para reduzir o uso do agrotóxico. Uma delas é não realizar a pulverização aérea. Outra é a criação de cortina verde. A promotora de justiça Rosana Ribeiro, que atua com o Meio Ambiente em Campo Mourão, foi uma das defensoras dessa forma.
Mas e quem trabalha com a produção agrícola, como ficou? A produtora rural Larissa Galacini criticou a apresentação dos dados. Segundo ela, o Ministério Público do Trabalho deu a entender que o produtor rural quer envenenar as pessoas.
A opinião foi compartilhada pelo presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antonio Borghi.
No Paraná, de 2012 a 2017 foram 557 milhões de toneladas de agrotóxicos consumidas no Paraná, conforme o MPT.