O mercado das ilusões
CBN Maringá

Opinião

O mercado das ilusões

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 29/08/2024 - 08:00

Quanto custa um sonho?

O mercado é a melhor resposta? Bom, já me falaram muitas vezes que é o crivo do mercado que determina se algo tem qualidade ou não. E usaram como exemplo uma geladeira nova, lançada no mercado. Se ela vender é porque agradou ao público, se não vender é porque não é boa. 

Será que a coisa boa é somente aquela que o mercado consome? Bom, você pode indagar que nem tudo o que o mercado consome é bom, ainda mais se este mesmo mercado não conhece coisa melhor ou não puder comprar. Logo, a lei de mercado tem limites e variáveis. 

Outra questão importante é que nem sempre se compra uma coisa pela função e sim pela sensação de utilidade que ela pode ter socialmente. O desejo de vender pode não está diretamente relacionado com aquilo que é a função do que se vende, mas sim a convenção do produto consumido. 

Socialmente consideramos que ter certas condições e produtos te fazem ser aceito socialmente. Também, há certas características na sua vida pessoal que lhe dão aparente notoriedade, sem que você realmente a tenha. 

A educação como exemplo

Vamos pegar o exemplo do diploma de graduação ou pós-graduação, pode parecer sinal de sabedoria, mas o mercado vende um diploma e nem por isso há uma relação com o conhecimento adquirido. Em muitas instituições de ensino, para ter um diploma, basta se matricular, continuar vivo, respirando, pagar as mensalidades, e esperar a graduação.

Como, estar casado não significa dividir a vida com alguém, pode ser apenas um contrato, uma aparência. Por mais que se gostasse da festa e se curtisse a lua-de-mel, viver com alguém não está nos planos de muita gente. Logo, o casamento se apartou da convivência.

Pense, muito do que consumimos está afastado de sua função. Parte considerável do que consideramos como característica de nossa vida, uma identidade de nossa existência, é apenas um produto de consumo, sem relevância objetiva em sua funcionalidade. 

Por isso, o mercado não é a melhor resposta da qualidade das coisas e sua real necessidade, sua função. Aquilo que se vende, em grande parte não é aquilo que se entrega. E, como se deseja vender e quem quer comprar não deseja a função do que está se comprando, se fecham muitos negócios trocando sensações. Camuflando o verdadeiro interesse de quem vende e daquele que consome.

Chamamos isso de “o mercado da mentira”. Este sim, faz um grande sucesso.

 

Respeitamos sua privacidade

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade