A estrutura e o imediato
Em Maringá, segundo o Procon, 17 postos de combustíveis já reduziram o preço do diesel em R$ 0,46. Uma vitória? Acredito mais no imediatismo da medida. Atente a aparência e aprofunda a indecência da condição em que o transporte no país vive.
Para poder pagar o subsídio o Governo Federal fez corte no orçamento. Um dos setores que teve cortes foi o de transportes. Recursos para a construção de rodovias, contornos e duplicações. O Paraná foi o estado que mais sentiu o peso, R$ 107 milhões.
Há uma improdutividade no setor de transportes por falta de condições estruturais. Rodovias em péssimo estado, caminhões sucateados, motoristas com condições de trabalho precárias, um custo operacional elevado. O preço do diesel subsidiado não melhora este ambiente, apenas engana. Nada se resolve do imediato. O problema continua.
O que vivemos é apenas o reflexo de uma complexidade que a maioria não a compreende. Dos caminhoneiros em sua paralização, os motoristas em busca de combustível nos postos à os empresários do setor aproveitando-se do momento para vender combustível por um preço maior, todos querem o melhor para si. Isto é natural, normal, faz parte da lógica. Mas não deve ser a forma como analisamos a sociedade, ela é complexa.
Nos falta formar um ser humano melhor. Ter a capacidade de compreender a complexidade das relações em que estamos envolvidos. A cadeia de condições das quais dependemos. E, com isso, qual é o nosso verdadeiro problema. Uma racionalidade lógica que compreenda a dimensão do que antecede e sucede os nossos atos. Nos falta uma qualidade humana. Mas esta é outra questão.