O retorno às aulas presenciais é um dilema. Há professores contra e a favor. Há pais com medo e há pais que, com medo ou não, querem o retorno.
O Paraná tem um protocolo de medidas sanitárias e ensino híbrido para o retorno das crianças e adolescentes às salas de aula.
No mais recente CBN Paraná o secretário de Saúde Beto Preto disse que este mês o governo fará uma experiência com o retorno em 50 escolas nas regionais de saúde com menor índice de casos.
Em Maringá, as escolas particulares estão prontas para o retorno e já se manifestaram em várias ocasiões.
Agora são os pais que estão se mobilizando. Uma comissão de pais foi criada para dialogar com a prefeitura. O grupo já pediu uma reunião com o prefeito e aguarda uma resposta.
A jornalista Vanessa Belei, mãe de Benjamim de 8 anos, e Jasmim de 5, faz parte desta comissão. [ouça no áudio acima]
O Brasil é um dos países do mundo que por mais tempo têm mantido as escolas fechadas. A Dinamarca fechou as escolas por apenas 30 dias. A Alemanha, por 68. É verdade que os países da Europa podem voltar atrás nestas decisões no caso de uma segunda onda de contaminação.
Mas olhando o números locais, o cenário é o seguinte: dos mais de 400 mil habitantes de Maringá, 18,7% têm entre 0 e 14 anos de idade. E esta faixa etária representa apenas 4,5 % de todos os infectados por coronavírus na cidade.
E até 14 anos não houve nenhum registro de óbito. 99% das mortes na cidade foram de pacientes com comorbidade.
92% dos óbitos estão acima de 30 anos.
Os dados são do professor de Estatística José Vicente. Ele acredita que é seguro o retorno às aulas. [ouça no áudio acima]
O Ministério Público acompanha esta questão e defende o critério rigoroso da avaliação sanitária pelas autoridades de Saúde.
Os mais afetados pelo fechamento das escolas são as famílias pobres que muitas vezes recorrem a soluções ilegais e perigosas. No fim de setembro uma creche clandestina foi fechada em Santa Isabel do Ivaí.