Opinião
Pão e Circo
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 04/11/2021 - 17:07Na Roma antiga emergiu a elite dos homens novos. Ligados a expansão romana e ao prestígio adquirido com as conquistas de novas terras e a liderança militar, uma elite sem prestígio tradicional iniciou na república a sua consolidação. No século II a.C., a política romana caminhava para o Império, o que se consolidou nos séculos seguintes.
No Século I, no ano de 80, foi inaugurado o Coliseu. O maior símbolo da propaganda popular do Império. A sede do “pão e circo”. A economia romana já não dependia mais da península Itália e se concentrava nas áreas dominadas dentro e fora da Europa ocidental.
Mas, o povo tinha sua participação na escolha dos centuriões e ter o apoio popular fortalecia a imagem de líderes em ascensão da nova elite romana. Para ver o espetáculo entre os gladiadores, as lutas entre escravos conquistados por Roma e assistir aos inimigos do Império serem comidos pelos leões. O radicalismo dos imperadores também era diversão.
A massa recebia pão e vinho durante o espetáculo. Assistia a demonstração da força romana enquanto enxia a barriga com as migalhas oferecidas pelos imperadores e líderes políticos. O povo de Roma já não tinha mais a serventia econômica e era mais bem controlado e manipulado do que pensante em sua desgraça permanente. A diversão faz esquecer e as migalhas no estômago ajudam a convencer de que tudo vai bem.
Talvez não tenha frase que resuma melhor o que estamos vivendo, como Roma e seus espetáculos de pão e circo, do que a frase do ator Derek Jacobi, no filme “O Gladiador”: “O coração pulsante de Roma não é o mármore do Senado, é a areia do Coliseu.”
Não estou falando que a história se repete, mas que ela ajuda a refletir o que vivemos, isto sim, ela ajuda.
Notícias da mesma editoria
Respeitamos sua privacidade
Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade