Dados apresentados na reunião desta terça-feira (07) na CPI da Saúde mostraram que a Prefeitura de Maringá tem pagado o preço dentro do esperado em quase todas as compras da Saúde na cidade. Uma apresentação foi feita a partir de dados do Observatório Social e do próprio Executivo. Apenas dois produtos foram adquiridos com valor acima. A Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada em junho, após o secretário de Saúde, Jair Biatto, ter dito que era comum a Prefeitura pagar até três vezes mais na compra de um produto. Depois, ele se explicou dizendo que a burocracia e a alta demanda por produtos resultavam no preço maior.
Em uma lista de 25 medicamentos, apenas dois foram adquiridos um pouco além do que poderia ter sido pago. Em um caso de antidepressivo, a Prefeitura pagou 64 centavos na unidades, e havia um registro que indicava que o produto podia ser encontrado entre 59 e 78 centavos. Em outro caso, daí de um antialérgico, o Executivo comprou a unidade por R$ 54. Valores encontrados flutuavam de R$ 45 a R$ 75. O resultado das compras, juntas, chegam em torno de R$ 1,5 milhão.
Há comentários internos e externos quanto ao fato de que as compras estão dentro do que é esperado. O presidente da CPI, vereador Flávio Mantovani, diz que a fala de Biatto, de fato, foi infeliz e não se sustenta até o momento. [ouça no áudio acima]
O relator da comissão, vereador Sidnei Telles, segue na mesma linha. O grupo ficou surpreso que a maior parte dos produtos foi pago com preço abaixo, mas as duas compras com preços diferenciados merecem ser analisadas, disse. [ouça no áudio acima]
A CPI também recebeu dados de horas-extras e gastos em licitação. Os cinco parlamentares do grupo aprovaram a convocação do vereador William Gentil e de um empresário para depor à comissão. Eles são membros de uma comissão que analisam as licitações da Covid-19.
Até o momento, a CPI já recebeu relatórios e ouviu o secretário de Patrimônio, Paulo Carstens. Ele disse desconhecer pagamentos mais altos por parte da Prefeitura.
O Executivo já afirmou estar apoiando os trabalhos da CPI para não deixar dúvidas quanto às licitações.