No dia 24 de agosto de 2018, membros do coletivo negro Yalodê-Badá e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros, o Neiab, entregaram o pedido para a implementação de cotas raciais. A solicitação e um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas foram protocolados na reitoria da Universidade Estadual de Maringá. Em setembro, o pedido chegou à Câmara de Graduação, que criou uma comissão específica com sete pessoas para avaliar o pedido. O grupo foi formado por seis professores e uma aluna.
O pedido solicitou 20% do total de vagas dos vestibulares para pessoas negras. Mas, segundo apurou a CBN, diferentemente do que foi proposto pelo movimento negro no ano passado, a comissão preferiu criar o sistema de cotas raciais dentro do sistema de cotas sociais: reservando um percentual. A CBN não obteve informação relativa ao percentual de vagas que seria.
A reportagem procurou a presidência da comissão de relatores, que preferiu não se manifestar, dizendo que é melhor aguardar o assunto ser discutido publicamente na Câmara de Graduação.
Agora, um ano após o início da tramitação do pedido na UEM, um grupo de professores foi criado para apoiar as cotas
Ao longo dos últimos meses, recebemos poucas informações, disse o psicólogo Paulo Vitor, do coletivo Yalodê-Badá.
SONORA
Por esse motivo, a criação do grupo pró cotas raciais é bem-vinda, afirmou a bióloga Aline Amenencia, também do coletivo. O que ela quer, agora, é que mais professores façam parte dessa iniciativa.
SONORA
A luta do movimento negro para criar cotas na UEM é antiga, e desde 2015 tem ganhado força.
Em 2008, a universidade aprovou as cotas sociais, um sistema que reserva vagas para estudantes de escolas públicas com um limite de renda estipulado. Na ocasião, as cotas raciais foram rejeitadas.
A UEM é a única instituição pública de ensino superior que não tem cota racial no Paraná.
Em julho, a OAB/Maringá deu parecer favorável à criação desse sistema na instituição.