

Opinião
Perigo dos Excessos: Ética, Reflexão e o Valor do Caminho do Meio
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 29/07/2025 - 08:00
A sedução do excesso
Você já se perguntou se é uma pessoa de excessos? Muitas vezes, os excessos surgem como uma reação intensa, apaixonada ou raivosa, diante de algo que nos afeta profundamente. Mas, ao contrário do que possa parecer, essa intensidade nem sempre é sinal de autenticidade. Pelo contrário: o excesso pode revelar uma radicalização de comportamentos e sentimentos que deveriam ser equilibrados, ponderados e refletidos com calma.
O perigo do excesso está justamente na sua natureza imediata. Ele costuma brotar de impulsos, de emoções intensas que dispensam o raciocínio e a análise cuidadosa. E o que vem de forma imediata nos oferece apenas uma visão superficial da realidade.
Superficialidade e aparência
Agir no calor do momento é muitas vezes agir pela aparência, sem considerar as causas profundas e os desdobramentos de nossas atitudes. O ser ético, ao contrário, não se entrega a esse impulso. Ele é ponderado. Reflete antes de agir. Busca compreender não apenas o que está visível, mas também aquilo que está oculto ou ainda em formação. Ele é capaz de enxergar além do aparente e do imediato.
O desafio das reações rápidas
No cotidiano, seja na vida pessoal ou profissional, somos constantemente provocados por situações inesperadas. Fatos, falas, atitudes de outras pessoas podem despertar em nós reações intensas — vontade de responder no mesmo tom, de confrontar, de reagir de forma até violenta.
Mas a ética, nesse contexto, não está em vencer o outro, em ter a última palavra, em revidar. A ética reside na capacidade de conter-se. De resistir à pressa das emoções. De buscar o equilíbrio diante do turbilhão.
O valor da reflexão
O caminho do meio, tão valorizado por diversas tradições filosóficas e espirituais, é o caminho da ponderação. Ele nos permite refletir sobre as consequências de nossos atos antes de praticá-los. Afinal, o que virá depois da explosão de raiva? Que marcas deixaremos em nós e nos outros após uma reação impulsiva? E, talvez mais importante: estaremos preparados para arcar com essas consequências?
A escolha ética exige coragem. Coragem de conter-se, de pensar antes de agir, de sustentar princípios mesmo quando somos provocados. O ser ético não se deixa levar. Ele decide. E responde por aquilo que decide — com responsabilidade, maturidade e consciência.
Para pensar
Reflita: o quanto de suas ações nasce do impulso e o quanto nasce da reflexão? Em tempos em que tudo parece urgente e imediato, é fundamental recuperar o valor da pausa, da escuta, da análise, do pensar antes de agir.
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