Crise econômica e política e falta de governabilidade. Os fatos são recentes, mas, ao se olhar para o passado, de 60 anos para cá, é possível ver que eles se repetem constantemente. A ordem brasileira é não terminar mandatos. A avaliação é do cientista político Bruno Reis, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Ele veio a Maringá participar de um evento na Universidade Estadual de Maringá, nesta terça-feira (21).
Após a queda da República Velha, apenas três civis conseguiram cumprir o mandato até o fim: Juscelino Kubitschek, de 1956 a 1961, Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002, e Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2010. Se o primeiro Governo Dilma, entre 2011 e 2014, for levado em conta são quatro civis.
O período de ordem democrática é quase uma exceção, avalia Reis.
A atual situação do país leva a ingovernabilidade. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vê o apoio diminuir no Congresso. O circulo próximo a ele é investigado pela Justiça – caso do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Além disso, o desemprego segue em alta.
No próximo domingo (26) mobilizações devem ser feitas, pró-Governo. Independentemente do número de pessoas nas ruas, a base tem se esfarelado, diz o cientista político.
O cientista político Bruno Reis veio a Maringá participar do “4º Seminário Participação Política e Democracia: os caminhos da democracia pós-eleições de 2018”. O evento ocorre nesta semana e é promovido pelo Nuppol, o Núcleo de Pesquisas em Participação Política, e pelos programas de pós-graduação em Ciências Sociais (PGC) e em Políticas Públicas (PPP) da Universidade Estadual de Maringá.