O PHD em física nuclear Hélio Takai há anos reflete sobre o futuro do mundo e a tecnologia. Há mais de três décadas morando nos Estados Unidos, lecionando em universidades e auxiliando pesquisas sobre física nuclear e partículas elementares, hoje ele trabalha em Nova York, em um instituto privado, o Pratt. No cargo de pró-reitor, ele estuda ciências materiais e a aplicação na arte e arquitetura. Nascido em Marília, São Paulo, Takai, de 60 anos, morou em Maringá entre 1969 e 1976. Por aqui, estudou no Colégio Estadual Gastão Vidigal.
Com carreira internacional respeitada, ele veio a Maringá para prestigiar a Liga Area, uma disputa envolvendo robôs desenvolvidos por 450 crianças e adolescentes. A primeira etapa foi na noite dessa quinta-feira (08), no Festival Nipo-brasileiro.
Em conversa com a CBN, o físico falou que é essencial estimular as crianças a lidar com tecnologia – assim o tema avença no país. A tecnologia, segundo o pesquisador, deve servir ao bem estar da população, mas há problemas postos. O plástico, por exemplo, é um deles. Já se sabe que a material causa danos irreversíveis, mas sem ele não é mais possível viver. O desafio é aliar desenvolvimento e sustentabilidade, afirmou.
Os Estados Unidos, claro, estão bem à frente da tecnologia brasileira. O professor explicou que não só o poder público deve produzir pesquisa. O benefício pode ir para muitas áreas – agricultura, inclusive.
Nos anos 70, o pesquisador se graduou em física na Universidade de São Paulo. Então conhece o funcionamento das pesquisas aqui. Comparando com os Estados Unidos, há diferença é grande. Lá, tanto governo quanto a iniciativa privada investe em pesquisa. Os resultados vão para a academia e para o mercado. Enquanto no Brasil, a pesquisa depende do Governo, que não consegue fornecer dinheiro para tudo o que é necessário. A indústria deveria investir nessa área, disse ele.