Quais são os bairros mais quentes de Maringá?
Imagem Ilustrativa | Foto: Thiago Louzada

Calor

Quais são os bairros mais quentes de Maringá?

Cidade por Monique Manganaro/GMC Online em 01/03/2022 - 09:53

Em Maringá, os termômetros chegam a ultrapassar os 40ºC. A maior temperatura já registrada na cidade foi 40,8°C, segundo informações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) – que monitora as variáveis climáticas desde 1999. O recorde ocorreu em outubro de 2020, em plena primavera.

Mas o calor na cidade pode variar conforme o bairro, de acordo com pesquisa realizada pelo geógrafo Paulo Monteiro e Teixeira Germano. Em sua tese de doutorado em Geografia na Universidade Estadual de Maringá (UEM) ele analisou a variação de ilhas de calor urbana em Maringá e identificou quais são os bairros mais quentes – veja a lista abaixo.

“As ilhas de calor são eventos microclimáticos que são possíveis de serem observados ou sentidos pela população. Isso é muito comum quando nós andamos próximo a um parque e observamos que a temperatura é mais amena do que em outras regiões da cidade”, explicou em entrevista ao GMC Online.

Na pesquisa, Germano analisou 249 imagens de satélite no infravermelho termal, em um intervalo de 32 anos. “Utilizei imagens de satélite no infravermelho termal, no qual eu tenho uma imagem que cada pixel representa uma temperatura. Neste caso, não é a temperatura do ar, e sim a temperatura dos materiais, como asfalto, concreto e vegetação. Essa imagem me permitia verificar quais são os pontos mais quentes e mais frios da cidade dentro desse recorte histórico de 1984 até 2016”, destaca.

De acordo com o geógrafo, as variações de temperatura ocorrem, principalmente, devido às características de construções: quando os elementos naturais (vegetação) são substituídos por elementos artificiais (concreto), causando uma modificação no balanço térmico da cidade.

Geralmente, as áreas centrais das cidades são mais quentes, devido à intensa urbanização, enquanto as áreas periféricas apresentam temperaturas mais amenas. Mas em Maringá acontece o oposto, de acordo com a pesquisa de Paulo Monteiro e Teixeira Germano. Os núcleos mais quentes se formam com mais frequência nos bairros mais novos do município – as temperaturas das superfícies analisadas chegaram a superar os 40ºC. Já os bairros mais antigos, como a Vila Operária e a Zona 2, por exemplo, praticamente não apresentam ilhas de calor.

“Este resultado diferente observado na cidade de Maringá pode ser explicado pela arborização viária do município. Nós observamos que, na área central de Maringá, nós temos espécies de árvores de grande porte que promovem o sombreamento de ruas, casas e calçadas, atenuando o efeito de ilhas de calor. Já nos bairros mais novos, essa arborização viária geralmente é de pequeno porte ou ainda não está desenvolvida, gerando mais eventos de ilhas de calor”, detalhou o geógrafo à reportagem. “A pesquisa permitiu avaliar que a arborização viária é extremamente importante para uma cidade, não apenas pela questão estética, mas também por uma questão funcional e de sustentabilidade urbana”, acrescenta.

Imagem: “Sensoriamento remoto aplicado à ocorrência de hot spots em ilhas de calor de superfície na cidade de Maringá-PR – 1984 a 2016”
Imagem: “Sensoriamento remoto aplicado à ocorrência de hot spots em ilhas de calor de superfície na cidade de Maringá-PR – 1984 a 2016”

Ainda de acordo com Germano, a formação de ilhas de calor é dinâmica. “Neste recorte temporal de 1984 a 2016, eu consegui observar qual foi a dinâmica das ilhas de calor dentro da área urbana na cidade de Maringá. E podemos observar que é um evento dinâmico. Um exemplo bastante claro é quando nós observamos, por exemplo, o Novo Centro: antes da construção do Novo Centro nós não tínhamos a formação de ilhas de calor, e após a construção e edificação daquela área, nós começamos a observar que aquele ponto da cidade começou a se comportar como uma ilha de calor urbana”, acrescenta.

Veja alguns dos bairros mais quentes de Maringá, conforme a pesquisa:

Jardim Dias I, II e III (zona 31)
Jardim Licce (Zona 31)
Loteamento Sumaré (Zona 46)
Jardim Santa Clara (Zona 46)
Loteamento Bom Jardim (Zona 36)
Conjunto Habitacional Sanenge III (Zona 38)
Jardim Universo (Zona 20)
Jardim Itália (Zona 20)
Cidade Monções (Zona 20)
Jardim Espana (Zona 44)
Conjunto Residencial Inocente Vila Nova Jr. (Borba Gato) (Zona 44)
Jardim Nilza (Zona 45)
Distrito Industrial 2 (Zona 45)
Moradia Atenas (Zona 19)
Jardim Noroeste (Zona 19)
Jardim Campo Belo (Zona 19)
Jardim Sofia (Zona 19)
Ney Braga (Zona 43)
Jardim Aurora (Zona 43)
Novo Centro (Zona 01)
Jardim Paris (Zona 48)
Jardim Real (Zona 07)
Jardim Monte Rei (Zona 32)
Jardim Império do Sol (Zona 32)

O pesquisador
Paulo Jose Moraes Monteiro e Teixeira Germano é geógrafo, especialista em Gestão Ambiental, mestre em Engenharia Urbana e doutor em Geografia. A tese de doutorado (“Sensoriamento remoto aplicado à ocorrência de hot spots em ilhas de calor de superfície na cidade de Maringá-PR – 1984 a 2016”) foi um aprofundamento de uma pesquisa realizada durante o mestrado no programa de Engenharia Urbana da UEM.

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