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Opinião
Quem fala e de quem está falando
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 21/03/2022 - 14:59Os outros sempre são a pauta da nossa vida. Falar da vida alheia nos dá uma atração. Mas por quê? Uma das respostas possíveis é de que nossa vida não é tão atraente quanto tema ou se é pode ser comparada e por isso não deve ser lembrada. Falar dos outros nos livra de ter que enfrentar o julgamento sobre nossa própria vida.
A fofoca é prática comum e já ocupou os lugares dos prazeres que temos ao ouvir sobre a vida alheia nos meios de comunicação. Repare que passamos um bom tempo falando da vida alheia. Nas cidades coloniais brasileiras a porta de entrada dava na calçada e a janela era um bom lugar para se ver a rua, as pessoas e comentar do transeunte.
Mas a prática não é boa e nosso julgamento carece muito de alteridade. Uma palavra de origem latina, “alteritas”, diferença. As pessoas são diferentes. E temos que compreender que a lógica dos valores que se formou no outro não é a mesma que consideramos ideal ou de nossa formação. Lembre-se da frase “ninguém é igual a ninguém”. E cada um tem seus motivos.
Em “O Grande Gatsby”, livro de Scott Fitzgerald, no nas primeiras páginas, o autor lembra de uma frase de seu pai que afirma que “Sempre que sentir vontade de criticar alguém, lembre-se que nem todas as pessoas do mundo tiveram vantagens como você”. O autor afirma que esta frase o guiou e não sai de sua cabeça. Devemos fazer o mesmo.
Antes de julgar os outros temos que entender sua lógica e compreender que usamos a nossa que não é tão confiável assim. Afinal, somos capazes de fazer a autorreflexão para depois nos darmos ao trabalho de julgas os outros?
As redes sociais estão cheias de julgamentos pessoas sobre outras pessoas. Falamos e vivemos de dar medida a quem está a nossa volta. Se quer, nós temos consciência de nossos próprios atos. E em lugar algum vamos aprender a conviver se não colocarmos em nossa mente que julgar fala mais sobre quem julga do que de quem é julgado.
A coerência é conhecer e compreender de quem se fala, mais ainda, ter coerência entre quem somos e do que estamos falando.
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