Primeiro surgiu a vontade de pesquisar o bucólico Alberto Caeiro, um dos heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, o grande nome da poesia portuguesa do século passado. Um seminário nasceu a partir disso. E, quando menos percebeu, o ator maringaense Lucas Fiorindo, de 29 anos, estava lá, lendo a obra completa do português.
Já tendo feito outras peças e oficinas, Fiorindo decidiu criar o espetáculo “Ficções do Interlúdio”, em que ele representa o próprio pessoa que encontra os outros heterônimos do autor de “Mensagem”. O espetáculo foi montado por meio do prêmio Aniceto Matti, da Prefeitura de Maringá. A peça, com direção de Tânia Farias, é de fato uma representação do Pessoa: com vários tipos de teatro e interpretações.
Um dos poemas mais famosos de Fernando Pessoa é “AutoPsicografia”, em que ele diz que o poeta é um fingidor. O ator também é: no palco, ele se passa por outra pessoa e sente como se fosse mesmo outra, diz Fiorindo.
Apaixonado pela arte, principalmente teatro, poesia e literatura, Fiorindo sente um retrocesso na cultura do Brasil, mas afirma que vai seguir lutando pelo que acredita. Finalizando com um trecho do poema ‘Quando Vier a Primavera’, escrito pelo heterônimo Alberto Caeiro, o ator sabe: tudo tem seu tempo.
As duas últimas apresentações ocorrem no Teatro Reviver nesta terça-feira (30). A primeira sessão é às 19h30. A segunda, às 21h. A entrada é gratuita.