A professora e pesquisadora Nilma Lino Gomes diz que o movimento negro teve ao menos três vitórias importantes e impactantes nos últimos 25anos no Brasil. A primeira delas: a lei 9394, de 1996, que trata sobre as diretrizes básicas da educação e que apontou a necessidade de se estudar e olhar para grupos minoritários como negros e índios; a segunda, lei 10639, de 2003, que institui a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras; e a terceira, a lei federal 12.711, de 2012, que regulamentou o sistema de cotas em instituições públicas.
Essas ações mostram que a luta tem valido a pena, diz a antropóloga. Nilma Lino Gomes foi ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos entre 2015 e 2016, e veio a Maringá para uma série de eventos nesta sexta-feira. Um deles é o lançamento do livro “O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação.”
Para ela, a universidade é uma importante ferramenta para combater o racismo. Inclusive por meio de adoção de cotas raciais.
Segundo a pesquisadora, o racismo ainda existe, é estrutural. E ações para mudar isso devem ter lugar na cultura também. A representatividade conta e isso deve acontecer na escola.
54% dos brasileiros são negros. Mas, na estrutura social, é esse grupo que tem os piores índices. Somente 10% dos cargos de chefia são ocupados por pessoas negras, por exemplo. Mas são os negros 71% das vítimas de homicídios, de acordo com dados de 2005 a 2015, segundo o atlas da violência.
Nilma Lino Gomes afirma que uma das formas de mudar esse paradigma é por meio da educação. Ao longo da carreira acadêmica, ela desenvolveu uma série de trabalhos na área