Ninguém esperava que a pandemia do coronavírus fosse durar tanto tempo. Lá atrás, em março de 2020, os especialistas diziam que o ritmo natural de uma pandemia é de cinco meses.
Um ano se passou e a ameaça continua presente. No Brasil, com a circulação da variante P.1 principalmente, a pandemia deu um salto no número de contaminações e mortes. Contribuiu para isso também o relaxamento das medidas preventivas.
O resultado é o pior momento da pandemia.
O ano de 2021, que começou com a esperança do retorno de aulas presenciais, e de uma certa normalidade, regrediu ao lockdown em muitas partes do país.
A esperança é a vacina. Ela foi produzida em tempo recorde pela ciência e os resultados já aparecem nos países onde a vacinação está mais adiantada, como Israel.
No Brasil, o ritmo é lento. E neste ritmo o epidemiologista Aloisio Barros, da Universidade Federal de Pelotas, estima que a crise sanitária estará mais sob controle só no final do ano. [ouça o áudio acima]
Uma vacinação lenta arrasta a saída da crise. Enquanto isso, pessoas doentes, gastos com a saúde e economia fragilizada. E não é só isso!
Quanto mais tempo de pandemia e mais casos de contaminação, maior a chance de mutação do vírus, que pode, inclusive, se tornar resistente à vacina. [ouça o áudio acima]
Enquanto aguardamos a vacinação em massa, podemos refletir sobre este período único na história recente da humanidade. O que aprendemos na pandemia? Que hábitos adquirimos? E como será o futuro? A repórter Letícia Tristão foi em busca de respostas.
A pandemia do coronavírus trouxe muitas dúvidas e também muitas mudanças na forma de pensar da população, na forma de agir e de olhar para o futuro. Em um ano cheio de decretos, medidas restritivas, sanitárias, pode, não pode, orientações e apelos.
Com o semblante mundial escondido atrás de uma máscara, o uso do ítem virou até lei. Mas depois da pandemia, será que o hábito de usar máscara para evitar contaminações de doenças causadas por agentes invisíveis, vai continuar? O infectologista Luiz Jorge Moreira Neto, afirma que os atendimentos dele no consultório serão daqui para frente, sempre assim.
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Delivery, e-commerce, home office. Termos em inglês que representam situações que já ocorriam antes de 2020, mas que cresceram exponencialmente durante a pandemia. Muitas vezes, como a única forma de manter as atividades funcionando. O presidente da ACIM, Michel Felipe, afirma que foi possível identificar digitalização de processos em todos os segmentos. [ouça o áudio acima]
E a economia, no geral, como encarar a vida financeira daqui para frente? Os empresários, alguns tão impactados, pode-se falar em ter reserva financeira? A análise do economista João Ricardo Tonin aponta para vários fatores de mudança no cenário econômico durante e pós-pandemia, como a fácil perda de conceitos antigos e apostar em uma segunda fonte de renda.
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Como se vê, as crises revolucionam, também geram progresso. É uma forma positiva de contar essa história. Mas nada apaga a dor das famílias que perderam pessoas queridas.
E o pior, sem ao menos poder se despedir. A pandemia tirou de nós humanos, pelo menos por um tempo, o direito ao ritual do luto, diz a psicóloga Adriana Furlan.
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Em homenagem a todas as vítimas precisamos manter a fé na vida. Cuidar para não se contaminar e não contaminar outras pessoas.
E cultivar os momentos felizes. Não deixe para depois o agradecimento, a palavra positiva, o gesto de carinho, de solidariedade…
O vírus não é maior do que a nossa capacidade de superação