Quando a barragem de Brumadinho rompeu, em 25 de janeiro deste ano, o mundo todo passou a acompanhar aflito a busca por sobreviventes e o resgate dos corpos. Em Maringá, o fotojornalista Breno Thomé Ortega decidiu que queria estar lá, entendendo de perto tudo o que estava acontecendo. Com o equipamento fotográfico, Breno viajou para Brumadinho e conseguiu permissão do cacique de uma aldeia Pataxó para permanecer durante seis dias no local. Essa aldeia fica a 22 quilômetros da barragem, mas o rastro de destruição chegou até os índios. O Rio Paraopeba, fonte de água e comida, foi contaminado. No período em que Breno esteve lá ajudou como voluntário, ouviu e registrou histórias.
A viagem de Breno está documentada em mais de 5 mil fotos e em um videodocumentário que será lançado nessa sexta-feira (13) em Maringá. O título do trabalho é autoexplicativo: “Vale uma aldeia?” O fotojornalista queria um registro isento, sem nenhum vínculo com qualquer veículo de comunicação. O vídeo será agora um documento histórico que ao longo do tempo poderá ser visto por gerações e gerações. E sempre trará a chance de se refletir sobre o passado, para não errar no futuro. Mas há outros registros profundos, que não estão nas imagens. Esses o Breno guarda no coração.
O lançamento do videodocumentário e da exposição de fotos será no Espaço Coletiva Mostra Cultural, na Rua Padre Vieira, 443, Zona 7. A renda com a exposição e a exibição do filme será revertida para a aldeia Pataxó.