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Inspiração
Viralizou: Jovem contrata homem que pedia emprego em semáforo de Maringá: ‘o mérito foi todo dele’
Cidade por Monique Manganaro/GMC Online em 19/09/2021 - 19:25A história de dois moradores de Maringá que conquistou a internet na última semana é um verdadeiro exemplo de solidariedade e superação. Enfrentando as dificuldades do desemprego, Pedro Gomes Leite, de 34 anos, começou a pedir por uma oportunidade de emprego no semáforo, em Maringá, e acabou sendo notado pela gestora de Recursos Humanos Raiza Selhorst, de 31 anos, que o contratou. A história inspiradora dos dois viralizou e ganhou repercussão nas redes sociais recentemente.
Em entrevista ao GMC Online, Raiza explicou que soube da história e da batalha de Pedro por um emprego por meio de uma amiga, que passou por um dos semáforos onde ele estava. Pedro segurava um cartaz com algumas informações pessoais e os dizeres “eu preciso de um emprego”.
O primeiro contato da colega de Raiza foi para oferecer ajuda com uma cesta básica ao homem que pedia emprego no semáforo, em Maringá, mas ele não aceitou e enfatizou que o buscava mesmo era uma oportunidade de trabalho. Ela, então, compartilhou uma foto do homem segurando o cartaz em um grupo de profissionais de Recursos Humanos. E foi por meio desta mensagem que Raiza o conheceu.
“Quando eu vi a foto no grupo, eu me interessei em conhecer a história e liguei para ele para validar as informações. Quando eu liguei, o Pedro estava em um semáforo e pediu 10 minutos para ir até um lugar que tivesse internet. Eu fiz uma chamada de vídeo, ele contou a história dele. No momento, eu não tinha uma vaga, mas fiquei com o contato”, detalhou.
Pedro é natural de Rondônia, assim como Raiza, e a sintonia entre os dois foi imediata, segundo ela. A gestora destacou que viu nele o desejo verdadeiro de conseguir uma oportunidade para voltar ao mercado de trabalho e, no fim daquela mesma semana, encontrou uma vaga em que Pedro poderia se encaixar.
O emprego era na empresa onde Raiza trabalha como gestora de Recursos Humanos. Pedro, então, foi chamado para conhecer o local e participar do processo seletivo.
De acordo com Raiza, apesar da expectativa, ela chegou a se preocupar com a saúde e as aptidões de Pedro para atender as demandas que a vaga exigia. “Ele tem uma leve escoliose e quem olha, de imediato, talvez imagine que ele não daria conta. E ele me contou que sofreu esse tipo de preconceito e por isso não conseguiu passar em outras entrevistas. Eu o convidei para dar uma volta comigo na indústria, conhecer o serviço, e no primeiro portão que nós passamos eu tive a certeza de que ele era a pessoa certa no lugar certo, que ele iria fazer de tudo para agarrar a oportunidade”, relembrou.
Ao fim do passeio, Pedro recebeu a notícia de que estava empregado. Raiza lembra da felicidade que viu nos olhos dele ao receber esse voto de confiança. “Foi só o brilho no olhar e a gratidão que ele tem até hoje. É uma pessoa muito humilde, super grata, disposta, colaborativa, e a gente espera que ele passe uma longa jornada conosco. É aí que a gente vê que, de fato, o trabalho dignifica o homem, porque [por meio deste trabalho] hoje ele tem um plano de saúde, pode morar em um lugar melhor, pagar as suas contas e não passar mais o tipo de humilhação que ele contou que passou no semáforo”, ressaltou Raiza.
Segundo ela, apesar de muito jovem, Pedro já enfrentou uma vida com bastante sofrimento, mas conseguiu superar as adversidades e hoje reconstrói a própria história. “Mesmo assim, [ele manteve] a cabeça erguida, deu a volta por cima e de forma honesta construiu a vida dele. Segundo ele, a família que ele tem agora são os amigos que fez na empresa. Nós estamos muito gratos”, afirmou.
História viralizou e inspirou
Pedro foi contratado em 18 de março deste ano, mas foi apenas durante um bate-papo no mês passado, dentro da empresa, que Raiza soube detalhes da vida dele e pediu autorização para compartilhar a história em uma rede social. O caso repercutiu na internet e ganhou destaque no site “Razões Para Acreditar”, famoso por compartilhar histórias inspiradoras nas redes sociais.
“O mérito foi todo dele. Não o contratei por compaixão ou dó, nada disso. Ele preencheu todas as necessidades da vaga, tem potencial, e por mérito próprio ele está lá. Mas uma coisa que fez muita diferença foi o comportamento, porque a parte técnica a gente ensina, mas aquilo que é de caráter, a pessoa ser honesta, comprometida, engajada, isso a gente não encontra em qualquer um e muitas vezes não consegue ensinar. E tudo isso a gente encontrou nele”, destacou Raiza.
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