Na segunda-feira, 6 de julho, a Prefeitura de Maringá publicou um decreto suspendendo o transporte coletivo na cidade aos fins de semana. A medida foi adotada para reduzir a circulação de pessoas. Mas imediatamente veio a pergunta: e os trabalhadores que dependem do transporte público, como vão fazer?
Dois dias depois, a prefeitura reconsiderou e decidiu liberar o transporte coletivo apenas para trabalhadores.
Em entrevista à Live GMC, o prefeito Ulisses Maia disse que esperava que as empresas oferecessem transporte aos trabalhadores. [ouça no áudio acima]
Mas mesmo os trabalhadores de empresas que já oferecem transporte poderiam ser prejudicados.
É o caso da nutricionista Vivian Costa. Ela trabalha numa indústria de alimentação que busca e leva trabalhadores. Mas o horário da Vivian não bate com o horário do ônibus oferecido pela empresa. [ouça no áudio acima]
Quem também foi beneficiado com a reviravolta dos decretos foi o encarregado de frios Gustavo Gomes. Ele mora em Paiçandu e trabalha num supermercado aqui de Maringá. Sem ônibus, talvez ele nem conseguisse trabalhar no fim de semana. [ouça no áudio acima]
Ao liberar os ônibus nos fins de semana, a prefeitura informou que não haveria fiscalização e que esperava bom senso da população para não ficar andando de ônibus sem necessidade.
Faltou combinar com os idosos. O vendedor de passe Paulo Sérgio Silva disse que na manhã de sábado os idosos eram a maioria no terminal urbano. [ouça no áudio acima]
E realmente durante a manhã a reportagem encontrou muitos idosos circulando no terminal. O Sinésio Galerino veio do Jardim Universo para o centro da cidade com a desculpa de que precisava ir a uma lotérica. Ele não sabia que lotérica está proibida de abrir aos sábados. [ouça no áudio acima]
O aposentado Valdecir Dias também veio para o centro da cidade porque achava que as lojas estivessem abertas. Perdeu a viagem. [ouça no áudio acima]
Conversamos também com mais dois idosos que não quiseram gravar entrevista. Um deles veio fazer compras num supermercado. Disse que veio a pé, mas ia voltar de ônibus. Outro idoso é conhecido no terminal pelos vendedores de passe porque está sempre “passeando de ônibus”. E mesmo com o cartão do idoso suspenso, ele continua viajando para lá e para cá. Aos 84 anos, viúvo, disse que não gosta de ficar em casa parado e que não tem medo de ficar doente, porque tem boa saúde.