Um ato organizado por movimentos sociais em Maringá pediu o fim do genocídio da população negra e indígena. A ação foi motivada por uma série de assassinatos que aconteceram recentemente, como o do norte-americano George Floyd e o de João Pedro, de 14 anos, no Rio de Janeiro. Ambos eram negros e foram mortos pela polícia. O ato foi realizado na praça da Catedral, região central da cidade, na tarde deste domingo (07).
Os manifestantes carregavam cartazes pedindo o fim do racismo, mais amor. Eles estavam vestidos de preto. O microfone de um carro de som ficou aberto - e aí foram feitas críticas ao governo Jair Bolsonaro (sem partido), chamado de fascista, e também aos governos petistas, que não protegeram os indígenas.
Participante do ato, o professor de história Kevin Santos disse sentir que o racismo tem sido discutido cada vez mais dentro da sociedade. E ele lembra, o racismo é estrutural, não apenas uma ou outra fala.
A bióloga e estudante de enfermagem Aline Amenencia também participou do ato. Grávida, ela falou que como mulher negra participar de um ação antirracista é para dizer que a vida negra importa.
Em meio à pandemia de coronavírus, a organização do ato mobilizou um grupo de pessoas para manter o distanciamento entre os participantes. Havia marcações no chão, e de tempos em tempos um alerta era feito no carro de som, falando sobre o espaço entre as pessoas. Álcool-gel e máscaras foram distribuídos.
Conforme os organizadores, os indígenas optaram por não participar do ato para manter o distanciamento social, mas enviaram cartazes e áudios.
Uma das responsáveis pela organização, que preferiu não se identificar, disse que o resultado do ato foi positivo. As pessoas pararam para ouvir a luta dos indígenas e dos negros, avaliou ela.
A organização estimou entre 1.500 e 1.700 o número de participantes no ato.
A reportagem foi atualizada às 17h50 para a inclusão da estimativa de participantes.