O coletivo Yalodê-Badá, que reúne militantes do movimento negro de Maringá, enviou um documento pedindo à Prefeitura que colete e forneça dados relativos à raça/cor dos pacientes com a Covid-19. A notificação foi encaminhada à Secretaria de Saúde. Nela, além dessa solicitação, o grupo também demanda, entre outros, o desenvolvimento de campanhas informando a importância de se coletar esses dados para planejar e desenvolver política pública para todos os cidadãos. O pedido foi feito na sexta-feira (21).
No boletim diário divulgado pela prefeitura de Maringá, a raça/cor dos positivados não é informada. Em um documento semanal, esses dados são apresentados. Só que, no mais recente, em 71% dos casos a cor é ignorada. 23% dos infectados são brancos, 5% são pardos e 1% é preto.
Na prática, o que o coletivo quer é que esse tipo de informação não seja ignorada.
Membro do Yalodê-Badá, o psicólogo Paulo Vitor diz que esse recorte de informação é importante para decidir quais ações de cuidados devem ser tomadas, já que o coronavírurs impacta as diferentes populações de formas diferentes. [ouça no áudio acima]
Em parte do Brasil e dos Estados Unidos, dados epidemiológicos mostram que a população negra é a que mais sofre com a Covid-19. Dependendo da região, o grupo tem menos acesso à saúde e a exames. Além disso, conforme o recorte, são pessoas que vivem em um espaço menor e com mais familiares, o que pode acelerar a propagação do vírus. Por esse motivo ter a informação sobre raça/cor é importante, diz a bióloga Aline Amenencia, membro do coletivo. [ouça no áudio acima]
A solicitação organizada pelo Yalodê-Badá foi assinada por cerca de 15 entidades como OAB Maringá.
Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que analisa o pedido.