Com redução de passageiros, TCCC não pretende solicitar reajuste
Foto: Márcio Naka/PMM

Transporte

Com redução de passageiros, TCCC não pretende solicitar reajuste

Cidade por Victor Simião em 28/07/2020 - 17:45

A data de alteração do preço da passagem do transporte público em Maringá é primeiro de junho. Passados quase dois meses, a empresa não vê cenário para solicitar essa medida. Segundo direção, o número de usuários caiu 70%. 

A empresa Transporte Coletivo Cidade Canção, responsável pelo transporte público em Maringá, não pretende apresentar a solicitação do reajuste tarifário à Prefeitura Municipal. A data base, por contrato, é primeiro de junho. Passados quase dois meses desde esse dia, a TCCC não fez nenhum pedido e nem tem essa intenção. A CBN conversou com a direção da empresa nessa terça-feira (28).

Atualmente o preço da passagem é R$ 4,30 no cartão e R$ 4,50 avulsa.

Por contrato, a empresa enviaria as planilhas de gastos até maio à Prefeitura e solicitaria o chamado reequilíbrio financeiro - o reajuste. Aí, o município avaliaria e decidiria sobre o aumento ou não do valor.

A direção informou à CBN que não tomou nenhuma medida em 2020 em razão da pandemia do novo coronavírus. Segundo a TCCC, a situação econômica está ruim para todo a sociedade. Atualmente, o número de passageiros caiu 70%. Se for levado em conta somente esse período de pandemia, o reajuste tarifário seria muito alto para cobrir as despesas, avaliou a direção.

A empresa e a prefeitura têm tido embates durante a pandemia. O Executivo municipal já aplicou multas à TCCC por falta de cuidados para evitar o contágio da Covid-19

A empresa, por sua vez, já acionou a Justiça pedindo aporte financeiros ao município, no valor de quase R$ 4 milhões. O motivo: a queda no número de passageiros trouxe prejuízos. A TCCC tinha obtido liminar favorável no Tribunal de Justiça, em segunda instância. No Superior Tribunal de Justiça, terceira instância, a decisão foi a de que a Prefeitura não precisaria pagar nada.

Na avaliação da empresa, o município deveria auxiliar financeiramente para cobrir prejuízos já que o transporte público é um serviço essencial. A Prefeitura, por sua vez, avalia que não.

A atual gestão da Prefeitura de Maringá e TCCC têm tido embates desde 2017. O município naquele ano, por exemplo, não reajustou a tarifa. Em 2018, autorizou o aumento após a instalação de internet sem fio e câmeras nos ônibus, mas deu menos que o pedido. A empresa, daí, entrou na Justiça pedindo R$ 35 milhões de indenização em 2019. A CBN Maringá não conseguiu confirmar como está o andamento do processo.

Ainda na campanha eleitoral, em 2016, o então candidato Ulisses Maia disse que quebraria o monopólio da Transporte Coletivo Cidade Canção. Como prefeito, Maia não tomou essa medida, alegando não haver respaldo jurídico, mas tem enfrentando a empresa publicamente.

Na avaliação da gestão, a TCCC presta um serviço ruim à cidade. Em 2017, o Executivo trabalhou para a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o contrato entre empresa e poder público, firmado em 2011 - que permite o monopólio por até 40 anos. A Comissão Parlamentar de Inquérito encontrou problemas e disse haver indícios para a quebra de contrato.

O preço do passe de ônibus no cartão atualmente está em R$ 4,30, reajustado em junho de 2019. A TCCC, na ocasião, pediu R$ 5,10.

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