A empresa de Transporte Coletivo Cidade Canção não pediu o reajuste tarifário até o momento em Maringá. A data para a alteração de preço já passou, foi no dia primeiro de junho. Por contrato, a empresa enviaria as planilhas de gastos até maio à Prefeitura e solicitaria o chamado reequilíbrio financeiro - o reajuste. Aí, o município avaliaria e decidiria sobre o aumento ou não do valor. Atualmente o preço da passagem é R$ 4,30 no cartão e R$ 4,50 avulsa.
A CBN conversou com a direção da empresa na noite desta terça-feira (09). A direção informou que não tomou nenhuma medida em 2020 em razão da pandemia do novo coronavírus. Segundo a TCCC, houve uma campanha muito forte para não que não se transporte coletivo em todo o Brasil. E aí não é possível saber como será após a pandemia. Então, qualquer pedido atualmente poderá resultar em desequilíbrio financeiro, informou a TCCC.
Empresa e prefeitura têm tido embates durante a pandemia. O Executivo municipal já aplicou uma multa no valor de R$ 444 mil apontando falta de cuidados com os protocolos de segurança por parte da TCCC. A multa ainda não foi paga.
A empresa, por sua vez, já acionou a Justiça pedindo aporte financeiros ao município, no valor de quase R$ 4 milhões. O motivo: a queda no número de passageiros trouxe prejuízos. A TCCC tinha obtido liminar favorável no Tribunal de Justiça, em segunda instância. No Superior Tribunal de Justiça, terceira instância, a decisão foi a de que a Prefeitura não precisaria pagar nada.
A atual gestão da Prefeitura de Maringá e TCCC têm tido embates desde 2017. O município naquele ano, por exemplo, não reajustou a tarifa. Em 2018, autorizou o aumento após a instalação de internet sem fio e câmeras nos ônibus, mas deu menos que o pedido. A empresa, daí, entrou na Justiça pedindo R$ 35 milhões de indenização em 2019. A CBN Maringá não conseguiu confirmar como está o andamento do processo.
Ainda na campanha eleitoral, em 2016, o então candidato Ulisses Maia disse que quebraria o monopólio da Transporte Coletivo Cidade Canção, empresa que presta o serviço de transporte público em Maringá. Como prefeito, Maia não tomou essa medida, alegando não haver respaldo jurídico, mas tem enfrentando a empresa publicamente.
Na avaliação da gestão, a TCCC presta um serviço ruim à cidade. Em 2017, o Executivo trabalhou para a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o contrato entre empresa e poder público, firmado em 2011 - que permite o monopólio por até 40 anos. A Comissão Parlamentar de Inquérito encontrou problemas e disse haver indícios para a quebra de contrato.
O preço do passe de ônibus no cartão atualmente está em R$ 4,30, reajustado em junho de 2019. A TCCC, na ocasião, pediu R$ 5,10.