Ainda na campanha eleitoral, em 2016, o então candidato Ulisses Maia disse que quebraria o monopólio da TCCC - Transporte Coletivo Cidade Canção, empresa que presta o serviço de transporte público em Maringá. Como prefeito, Maia não tomou essa medida, alegando não haver respaldo jurídico, mas desde 2017 vem enfrentando a empresa publicamente. O caso mais recente é desta segunda-feira (11).
Após a TCCC ter conseguido uma liminar no Tribunal de Justiça do Paraná, solicitando auxílio financeiro de quase R$ 4 milhões, a Prefeitura informou nesta segunda (11) discordar da medida e que irá pedir a anulação da liminar no Superior Tribunal de Justiça.
Na avaliação da gestão, a TCCC presta um serviço ruim à cidade, além de haver indícios de que o contrato não tenha tido transparência. O Gaeco - Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, conduz uma investigação sobre o assunto. Em 2017, o Executivo trabalhou para a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o contrato entre empresa e poder público, firmado em 2011 e permite o monopólio por até 40 anos. A Comissão Parlamentar de Inquérito encontrou problemas e disse haver indícios para a quebra de contrato.
Em 2017, a TCCC pediu, mas não obteve reajuste tarifário. A medida só veio em 2018, após a empresa instalar câmeras e internet sem fio nos ônibus. Ainda assim, a empresa não conseguiu o valor pedido. Naquele ano, a empresa disse que vinha tendo prejuízos financeiros.
Sem fazer alarde, a prestadora de serviços entrou na Justiça contra a Prefeitura em 2019, pedindo uma indenização de R$ 35 milhões. O motivo apresentado era o prejuízo que o Executivo teria causado aos cofres da empresa com atraso no reajuste tarifário e preços menores do que eram os solicitados. O processo ainda não foi finalizado.
Desde o início da gestão, Ulisses Maia faz críticas publicamente contra a TCCC. A direção da empresa, por sua vez, busca não rebater a decisão de forma pública ou então minimiza os embates. Mais de uma vez, o diretor Roberto Jacomelli explicou que o preço da tarifa é alto porque a cada ano que passa o número de pessoas que usam o transporte diminuiu. Além disso, segundo ele, o custo da operação é alto, e não há subsídios para combustível, como em Curitiba. Ele também afirma que o fato de haver gratuidade pesa nas contas.
A CBN apurou que as medidas do Procon de Maringá, multando a empresa em mais de R$ 450 mil por problemas de falta higienização e outros cuidados devido à Covid-19, indignou a direção da TCCC. A avaliação foi a de que poderia ter havido uma conversa, e não a exposição pública da empresa.
O preço da tarifa de ônibus no cartão atualmente está em R$ 4,30, reajustado em junho de 2019. A TCCC, na ocasião, pedia R$ 5,10.