Maringá, no norte do Paraná, fica a 730 quilômetros de Florianópolis. Apesar da distância, o que aconteceu na capital de Santa Catarina revoltou pessoas de todo o Brasil.Uma audiência realizada em setembro e tornada pública há poucos dias mostrou a forma como a influenciadora digital Mariana Ferrer foi tratada pelo advogado de quem ela acusava, o empresário Cláudio Gastão Filho, e a omissão da Justiça. Mariana acusa o empresário de abuso sexual durante uma festa ocorrida dois anos atrás. O resultado do julgamento foi absolvição.
As imagens causaram revolta porque a defesa de Gastão Filho usou imagens sensuais de Mariana Ferrer na tentativa de dizer que ela tinha culpa, entre outras medidas. A influenciadora chorou na audiência.
O caso ganhou repercussão nacional, e advogado, promotor e juiz do caso foram criticados até por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ao longo dos últimos dias, manifestações têm sido registradas no país com o mesmo nome: “Justiça por Mari Ferrer“.
Em Maringá, a ação ocorreu em frente ao Fórum de Justiça neste domingo (08). Mulheres e homens usavam máscara devido à pandemia da Covid-19. Teve falas críticas, cartazes com palavras de ordem e performances.
A associação maringaenses ‘Nenhuma a menos’ organizou o ato. A presidente da entidade, Andrea Ferreira, disse que a luta é por todas as mulheres que não têm julgamento justo o Brasil. [Ouça no áudio acima]
Participando do ação, a estudante Heloísa Helena falou que o problema na sociedade é que o machismo é estrutural, e não está apenas no Judiciário. [Ouça no áudio acima]
A dona de casa Camila Assunção afirmou que o machismo no Brasil está presente em homens e mulheres. Ela carregava um cartaz escrito ‘chega’. [Ouça no áudio acima]
A organização do “Justiça por Mari Ferrer” em Maringá estimou em ao menos 200 o números de participantes.