Pesquisa paranaense inédita analisa modificações genéticas do novo coronavírus
Foto: Divulgação/Seti/Reprodução/AEN

Estudo

Pesquisa paranaense inédita analisa modificações genéticas do novo coronavírus

Saúde por Letícia Tristão em 16/02/2021 - 16:49

O estudo revelou que 11% da amostragem pertencem à linhagem detectada oficialmente no mês passado, no Rio de Janeiro. Nas próximas etapas, a pesquisa deve contemplar amostras de pacientes de Maringá.

A pesquisa está vinculada ao Projeto Genoma Covid-19, conduzido pela Rede de Estudos Genômicos do Paraná reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas. É um estudo inédito que investiga as características genéticas do novo coronavírus (SARS-CoV-2), relacionadas às diferentes manifestações clínicas em pacientes infectados, assim como os fatores de resistência e suscetibilidade à Covid-19.

O estudo revelou que 11% da amostragem pertencem à linhagem identificada como P.2 (B.1.1.28.2), detectada oficialmente no mês passado, no Rio de Janeiro. Com ampla circulação no Brasil, as alterações genéticas dessa cepa podem potencializar a velocidade de transmissão do vírus.

Segundo o Governo do Estado, as amostras analisadas nessa primeira fase são de Curitiba e Londrina. Nas próximas etapas a pesquisa deve contemplar amostras de pacientes de Maringá e também de Cascavel, Foz do Iguaçu, e Ponta Grossa, com possibilidade de alcançar até 300 pessoas.

A pesquisa paranaense também revelou a presença da cepa inglesa, a VOC Variante SARS-CoV-2 emergente 202012/01, também chamada de B.1.1.7, em uma amostra de paciente com manifestação clínica grave. Essa variante, detectada tanto no Reino Unido quanto na África do Sul e no Brasil, tem sido caracterizada por uma disseminação mais rápida que as outras, cerca de 70% mais transmissível.

O Projeto Genoma Covid-19 envolve mais de 200 pesquisadores, de 17 instituições de ensino superior, que estudam o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, mantidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar; em pacientes com quadros clínicos moderados, internados na enfermaria; em pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI; e em pacientes com quadros clínicos leves ou assintomáticos.

O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, afirmou em entrevista à Agência Estadual de Notícias que os resultados desses estudos permitem a análise mais adequada da circulação do vírus no estado e as diferentes respostas imunológicas de cada paciente. [ouça no áudio acima]

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