A Prefeitura de Maringá decidiu multar em R$ 50 mil por dia a GT Foods. A empresa, que atua como abatedouro e também na produção de avicultura, seria responsável por boa parte do mau cheiro causado na cidade, principalmente na Zona Norte, desde o fim do ano passado. O Procon prepara uma ação no valor de mais de R$ 1 milhão contra a GT Foods.
A decisão foi tomada após fiscais da secretaria de Meio Ambiente irem até o abatedouro nesta sexta-feira (01).
A Prefeitura divulgou que a multa é baseada em leis municipais. E que a medida foi tomada porque os biofiltros da empresa são ineficientes. Esses itens, se funcionassem bem, impediriam o odor causado pelo processo de fabricação de farinha, que provoca emissão na atmosfera de partículas condutoras de mau cheiro, segundo o município. A multa de R$ 50 mil ao dia só será retirada quando a empresa comprovar que corrigiu o problema.
A explicação é a seguinte: o odor ocorre por conta da produção de uma farinha. Esse alimento é feito com partes inaproveitadas do frango, a partir do cozimento. O local, para esse tipo de sériço, deve ter biofiltros – feitos por cavacos de eucalipto, por exemplo. Segundo a Prefeitura, a unidade de processamento da GT foods, além de não ter biofiltros funcionando corretamente, teria removido uma cobertura que evitaria que o cheiro se propagasse.
Em relação à multa do Procon, o órgão vai entrar com a medida na segunda-feira, informou a Prefeitura.
A CBN entrou em contato com a GT Foods. A diretoria de marketing disse que ninguém vai se pronunciar sobre o assunto agora, e que no momento a empresa apura os fatos.
Na quinta-feira (31), a Secretaria de Meio Ambiente havia notificado a empresa por conta do mau cheiro. A GT Foods foi o décimo empreendimento que recebeu a notificação por emissão de odores. No dia 16 de janeiro, sete empresas foram notificadas. Uma compostagem, foi embargada. Até então, o município acreditava que essa era a principal responsável pelo odor em Maringá.
A empresa de compostagem é a Maringá Orgânicos, que conseguiu na Justiça a autorização para voltar a funcionar na cidade após embargo das atividades A liminar foi concedida pelo Desembargador Carlos Mansur Arida, do Tribunal de Justiça do Paraná. A empresa voltou a funcionar nesta sexta-feira.
De acordo com a decisão judicial, o embargo determinado pela secretaria de Meio Ambiente de Maringá não atendeu a legislação, pois antes da decisão, a Sema teria que ter notificado o IAP – Instituto Ambiental do Paraná, para tomar as devidas providências em relação ao problema apontado.
A CBN entrou em contato com a prefeitura na manhã desta sexta-feira, que informou que vai recorrer da decisão.