O Conselho de Sentença decidiu pela condenação do acusado de ser um dos executores de Sevilha, Fernando Ranea da Costa, a 32 anos e 8 meses de reclusão, mais 320 dias-multa em regime inicial fechado.
O acusado de ser o mandante do assassinato, Marcos Gottlieb, foi condenado a 30 anos de reclusão em regime inicial fechado. O terceiro réu no julgamento, acusado de ser o intermediador entre as partes, Moacyr Macedo, foi absolvido pelo júri.
Os dois réus condenados cumpriam prisão domiciliar, que foi convertida em prisão preventiva. As informações foram divulgadas pela Justiça Federal.
Este foi o julgamento mais longo registrado em Maringá. No Paraná, tem-se o registro do julgamento do Caso Evandro, que durou 34 dias.
O julgamento do Caso Sevilha começou no dia 5 de outubro, na sede da Justiça do Trabalho, em Maringá. Após duas dissoluções do Conselho de Sentença, em 2019 e em 2020; e após adiamentos de datas em função da pandemia, o julgamento foi finalmente realizado.
Ao longo dos 18 dias, testemunhas prestaram depoimentos, os teus foram interrogados e acusação e defesa fizeram debate com exibição de provas. As sessões foram ininterruptas, com pausa para almoço e repouso noturno. O depoimento mais longo foi o da primeira testemunha a depor, o delegado de Polícia Federal, Ronaldo Carrer, responsável pelo inquérito do crime. O depoimento dele durou cinco dias.
Foram 17 anos de espera por uma resposta ao crime emblemático que chocou o país. José Antônio Sevilha foi morto em 29 de setembro de 2005. O inquérito da Polícia Federal concluiu que ele foi vítima de uma emboscada após descobrir um esquema fraudulento em uma importadora de brinquedos e autuar a empresa. O acusado de ser o mandante e agora condenado pelo crime foi o empresário dono do empreendimento, Marcos Gottlieb.
O Sindifisco Nacional, sindicato que representa a categoria dos auditores fiscais, acompanhou o julgamento. O sindicato produziu um documentário que relatou o último dia de Sevilha.
Três dos cinco suspeitos iniciais pelo crime foram julgados. Um dos suspeitos morreu e outro nunca foi localizado.
A reportagem contatou os advogados de defesa para comentar a sentença e aguarda um retorno.
(atualização às 11h49): O advogado de defesa de Moacyr Macedo, absolvido no júri, Conrado de Almeida Prado disse que o "veredito confirma a inocência de Moacyr e traz de volta sua paz e dignidade".
O advogado de defesa de defesa de Fernando da Costa, condenado pelo crime, Fabiano Lopes, considerou excessiva a pena aplicada, considerando que o réu era primário. Informou ainda que irá recorrer da decisão.
O advogado de defesa de Marcos Gottlieb, Zanone Junior, também considerou excessiva a sentença e disse que já recorreu da decisão.
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