A CPI da Saúde, criada para investigar as compras da Secretaria de Saúde de Maringá nos últimos 12 meses, decidiu expandir o foco. O motivo é uma declaração do secretário de Patrimônio, Logística e Compras da Prefeitura de Maringá, Paulo Carstens. Nesta semana, em depoimento à comissão, ele disse que a atual gestão encontrou problemas de corrupção, feitos pela governo municipal anterior.
Entre outros problemas, Carstens citou o contrato entre uma empresa chamada Sinax e a Prefeitura de Maringá, que teria recebido mais de R$ 2 milhões na gestão passada por algo que não valia essa quantia. [ouça no áudio acima]
A CPI da Saúde foi criada após o secretário de Saúde de Maringá, Jair Biatto ter dito, em maio, que a prefeitura pagava mais caro nos produtos adquiridos. Em depoimento, o coronel Paulo Carstens disse desconhecer o pagamento de até três vezes mais em produtos por parte do município. O próprio secretário da Saúde explicou depois que a fala era referente a dois motivos: burocracia e demanda de produtos.
Pelo fato de ter apontado problemas de contratos nas gestões anteriores, a CPI pediu mais documentos à Prefeitura de Maringá, explicou o presidente da comissão, vereador Flávio Mantovani. [ouça no áudio acima]
Paulo Carstens foi a primeira pessoa ouvida pela comissão. Ele foi convocado porque a pasta dele é a responsável por várias compras da Prefeitura, incluindo itens comuns a várias secretarias. Segundo o policial militar da reserva, há cotações de preços e controle rígido. O secretário considerou que Jair Biatto usou uma força de expressão.
O coronel da reserva também falou que a atual administração tem lutado contra a corrupção no poder público.
Os vereadores que fazem parte da CPI são Flávio Mantovani, na presidência, Sidnei Telles, na relatoria, e os membros Alex Chaves, Mário Verri e Chico Caiana. A CPI tem prazo de 90 dias para apresentar um relatório. A comissão pode ser prorrogada, depois, em mais 45 dias.
A Prefeitura de Maringá tem dito que apoia a comissão no que for preciso para que tudo seja esclarecido da melhor forma possível. Até o início da noite desta quinta-feira (25), o Executivo não tinha recebido a solicitação de documentos.
A CBN não conseguiu contato com a Sinax. A empresa é investigada na Justiça. O caso veio à tona em 2017, em uma operação do Gaeco. Na época, a empresa informou estar disposta a colaborar na Justiça. A CBN tentou contato com o ex-prefeito Roberto Pupin (2013-2016), mas ele não atendeu a ligação e não respondeu a mensagem até o fechamento da reportagem.
Atualização às 19h: O ex-prefeito Roberto Pupin respondeu dizendo não ter nada a comentar no momento.