O Observatório Social de Maringá, entidade da sociedade civil organizada, vê com cautela a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores para investigar as compras da Secretaria Municipal de Saúde. Na visão da organização, a CPI foi uma reação mínima. A CPI foi criada após o secretário de Saúde, Jair Biatto, ter dito que o poder público paga até três vezes mais na compra de produtos. Ele se justificou depois: quis dizer que a razão para isso era a burocracia e a pandemia.
A criação da CPI, por si só, chamou a atenção. Em um primeiro momento, a articulação ficou por conta da oposição. Daí, o vereador Sidnei Telles (Avante), que não faz parte nem da base e nem da oposição, decidiu criar outra comissão. Vereadores da base do prefeito se mobilizaram e assinaram o requerimento. A CPI foi criada na terça (26). A oposição diz que não vai dar em nada porque só investigará os últimos 12 meses e a secretaria Saúde; e o que deveria ser investigado é toda a gestão, argumentam.
A presidente do Observatório Social de Maringá, Giuliana Lenza, apresenta os motivos para chamar a ação de “reação mínima”. A fala do secretário envolvia todo o poder público, então a gestão toda deveria ser acompanhada, avalia. [ouça no áudio acima]
Os vereadores da CPI foram escolhidos pelas bancadas. Fazem parte Flávio Mantovani (Rede); Dr. Jamal (PSL), Sidnei Telles (Avante), Alex Chaves (MDB) e Mário Verri (PT). Jamal, de oposição ao prefeito, informou que pedirá para deixar a CPI. Com exceção do parlamentar do PSL, os demais têm relação mais próxima junto ao prefeito Ulisses Maia.
Alex Chaves, aliás, é o líder do Executivo na casa. E disse à CBN nesta semana que Maia está tranquilo quanto à CPI, já que considera necessário passar a história a limpo.
Escolhido para presidir a CPI, Mantovani diz que todo apontamento é bem-vindo. E se houver indicativos de problemas mais antigos, a comissão irá investigar. [ouça no áudio acima]
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