Um grupo com cerca de 10 pessoas fez um ato em frente à sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em Maringá. Vestidos com roupa preta, eles criticaram a composição da CPI da Saúde, criada nesta semana na Câmara Municipal para investigar os gastos da secretaria de Saúde nos últimos 12 meses. O ato foi na tarde desta sexta-feira (29).
Segundo os participantes, a CPI vai dar em “pizza”, já que os parlamentares escolhidos são aliados do prefeito.
Integram a comissão os vereadores Flávio Mantovani (Rede), que é o presidente, Sidnei Telles (Avante), relator, e os membros Mário Verri (PT) e Alex Chaves (MDB). Dr Jamal (PSB) tinha sido escolhido, mas pediu para sair, alegando falta de tempo. Ele é um dos principais críticos da gestão. Os vereadores que ficaram ou fazem parte da base ou são mais próximos ao prefeito Ulisses Maia.
Uma CPI chegou a ser articulada pela oposição, mas as assinaturas não foram suficientes.
Uma das responsáveis pelo ato é a microempresária e pré-candidata a vereadora Karine da Silva. Ela disse querer a ‘CPI da verdade’. [ouça no áudio acima]
A CPI foi aberta após o secretário de Saúde, Jair Biatto, ter dito na Câmara que o poder público paga até três vezes mais na compra de produtos. Ele se explicou depois, dizendo que a razão era a pandemia em alguns casos; e a burocracia em outros. Biatto não usou o termo faturamento em momento algum.
Outra manifestante, a pedagoga Vivian Ibrahim disse que os vereadores têm de mostrar o que há de errado. [ouça no áudio acima]
Em um cartaz, os manifestantes pediam a investigação do Ministério Público e do Gaeco. Em Maringá, o MP abriu um procedimento chamado notícia de fato para apurar a fala de Jair Biatto. No caso do Gaeco, o grupo é um braço do MP em casos considerados complexos. A informação é a de que o grupo não está envolvido na investigação.
A CBN procurou o vereador Flávio Mantovani, presidente da CPI. Por mensagem, disse que houve recusa de outros parlamentares em participar da comissão. Além disso, Mantovani falou que a CPI está aberta a receber informações dos manifestantes de quem mais tiver interesse.