Maioria quer férias para não ficar louco
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Opinião

Maioria quer férias para não ficar louco

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 16/06/2022 - 03:22

Trabalhar estressa? Claro. A ideia do trabalho como uma condição de felicidade é uma propaganda ilusória. Ele deve ser motivador e satisfatório, não um paraíso constante. Raros são os casos de que o trabalho é fator de alegria constante. Há muita frustração no trabalho.

Ele é realizador também. Nele construímos a maturidade e a especialidade de resolver questões relevantes para o mercado. O que pode valorizar nossa atividade e resultar em uma remuneração cada vez maior. Isso é fruto de esforço, treinamento. Capacidade de suportar pressão e de ser resiliente.

Agora estamos a volta com os problemas mentais que a atividade profissional gera. E não é pouca. Há muita tensão no trabalho e isso não se separa da vida pessoal. O que é outro mito que muita gente defende e não se comprova. Não há fronteira segura, clara e sólida entre a vida profissional e pessoal.

Uma pesquisa feita pela Global Lerner Survey, feita pela Parson, uma das maiores plataformas de educação do mundo, mostra que a grande maioria das pessoas desejam que a saúde mental seja um tema mais trabalhado dentro do ambiente corporativo.

Segundo a pesquisa, 71% dos empregados consideram que as empresas deveriam ter algum tipo de atividade incentivando a saúde mental de seus colaboradores. 61% consideram que seria necessário benefícios nos planos de saúde que envolvesse saúde mental. 90% defendem a necessidade de férias remuneradas para o tratamento do problema. Um dado interessante é que 51% consideram que o tema deveria ser discutido na empresa, em eventos promovidos.

A pesquisa foi feita em quatro países além do Brasil, China, Índia, Estados Unidos e Reino Unido. Entrevistou 8.170 pessoas. No Brasil foram 1001 entrevistados, entre 16 e 74 anos.

Nas empresas deve haver mecanismos que cobrem produtividade dos colaboradores, temos que ter esta medida. A busca por eficiência é uma realidade e tem que se aplicada. O problema é como isto é feito dentro das empresas.

Há um problema de liderança que se confunde com a imposição e agressão que passam da conta. O excesso mata e é “via” de mão dupla. Tanto para o autoritarismo e repressão excessiva como para o afrouxamento e tolerância de erros.

Se não soubermos lidar com os seres humanos tirando o melhor e valorizando suas qualidades, a produtividade tão esperada não vai ocorrer. Não significa “passar a mão na cabeça” e sim respeitar as pessoas sem deixar de cobrá-las em suas obrigações.

Ofender a vida pessoal não é forma de estimular ninguém a trabalhar. Fazer pressão em alguém com um perfil inseguro não dará a ele segurança. Oprimir funcionários em frente aos seus colegas de trabalho não dará ao líder respeito e nem fará com que os outros passa a valorizar a liderança que tem.

Por isso, há problemas de saúde mental dentro das empresas, isso é fato. Temos que aprender a lidar com esta condição de maneira eficiente e sabendo que o capital humano é fundamental para atingirmos aquilo que desejamos. Pessoas são importantes. E este posicionamento tem que ficar claro na empresa. 

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