Rua Mário Urbinati. Uma das principais vias da Zona 7 em Maringá. Nesta região moram estudantes, professores e funcionários da UEM. E foi de um prédio desta rua que partiu o apelo de moradores cansados de tanto barulho.
"A nossa situação é desesperadora. É uma questão de saúde pública: sono! Principalmente de quinta a sábado, é infernal"
O depoimento é do síndico de prédio Elemar Mai. Ele conta que nas noites e madrugada centenas de jovens se reúnem para beber nas calçadas e no meio da rua em frente ao prédio em que ele mora. Outros vizinhos também enfrentam o mesmo problema. Os jovens estão lá porque encontraram um ponto de venda de bebidas: uma loja de conveniência, que funciona até de madrugada. Elemar mostra o boletim de ocorrência registrado em setembro e diversas reclamações feitas na Guarda Municipal e na Polícia Militar.
"Nós já fizemos boletim de ocorrência, mas eles dizem que não podem fazer nada porque o consumo não é no estabelecimento"
Um vizinho de Elemar, o professor Fernando Weronka, diz que já tem gente pensando em mudar de prédio para bem longe da Mário Urbinati. Ele acabou adotando uma técnica para conseguir dormir.
"Eu deixo o som ligado com barulho de chuva, para mascarar o som que vem da rua. A gente já está há dois anos com este problema"
A aglomeração de jovens na rua causa outros problemas: degradação do ambiente com muros pichados, inclusive o do prédio do Elemar, que tinha sido pintado dias antes; e acidentes de trânsito. E por ironia, num desses acidentes, a vítima que tinha passado a noite bebendo foi atendida no Hospital Universitário pela mulher de Elemar que é enfermeira e que, claro, não tinha conseguido dormir na noite anterior.
"Ela já se deparou com um acidente aqui na rua de gente que estava perturbando o sossego e no dia seguinte ela como enfermeira teve que atender justamente esse jovem"
O funcionário da loja de conveniência disse que a empresa tem todos os alvarás necessários e que só vende bebida para maiores de idade com apresentação de documento pessoal. Mas disse também que não há como evitar que um maior de idade compre a bebida e depois entregue a um adolescente.
A Secretaria de Segurança informou que está buscando uma solução juntamente com os donos de imobiliárias, Secretaria de Mobilidade Urbana e Secretaria de Meio Ambiente.