A Sudamed venceu a licitação para prestar assistência à saúde a 33 mil servidores municipais e seus dependentes em dezembro do ano passado.
O contrato, segundo a empresa, estabelece 3300 procedimentos clínicos e ambulatoriais, seguindo a tabela MB 96.
O que significa 65% do que prevê um plano de saúde, sem ser um plano de saúde.
Não está no contrato atendimento de doenças causadas por pandemias.
Ainda de acordo com a empresa, o contrato começaria a valer em 11 de abril. Mas foi antecipado em três meses para atender um pedido da prefeitura porque o contrato anterior venceu em janeiro. A explicação para este hiato temporal seria o atraso na licitação.
Foi em janeiro que começaram as reclamações. Os usuários não conseguiam agendar consultas porque a Sudamed não tinha no sistema o cadastro de todos os servidores.
De janeiro a abril a empresa também passou a atender servidores com Covid-19 que chegavam aos hospitais privados conveniados para exames ambulatoriais e precisavam ficar internados.
Cerca de 300 servidores e dependentes precisaram de UTI.
Mas o contrato não previa este tipo de atendimento.
O diretor comercial da Sudamed, Alexandre Discioli , diz que autorizou a internação dos pacientes porque no auge do segundo pico da pandemia não havia vaga no SUS. E uma vez o paciente no hospital, seria desumano não autorizar a transferência para uma UTI.
As despesas se acumularam e chegam a quase quatro milhões de reais.
A Sudamed vai entrar na Justiça pedindo o ressarcimento. [ouça o áudio acima]
Sobre a crítica ao contrato com a Sudamed, de que o valor pago por assistido, de 43 reais, é muito baixo, o diretor explicou que o valor é resultado de uma licitação de três horas com 90 lances.
A Prefeitura de Maringá abriu um procedimento administrativo para apurar a inexecução do contrato e o Sismmar, sindicato que representa os servidores, pediu que a prefeitura faça um contrato de emergência, em caso de rompimento com a Sudamed. O Sismmar também denunciou a situação ao Ministério Público do Trabalho.